Usar ferramentas para conhecer na entrada do paciente o tempo previsto para a internação e os custos envolvidos já são realidade para quem usa o DRG, ferramenta que agrega e processa informações para elaborar essas previsões. Mas, unindo inteligência artificial e cálculos realizados por algoritmos já é possível ir além, contando com a previsão dos resultados assistenciais, da probabilidade de nova internação e risco de óbitos de cada caso.
A tecnologia oferecida pelo DRG Brasil foi apresentada por Mauro Oscar de Souza Lima, médico, advogado e diretor de saúde do grupo IAG Saúde. Ele proferiu a palestra “DRG – avanços, melhorias e dúvidas após a implantação (Projeto DRG Unimed PR) na sala temática sobre Gestão Hospitalar do Seminário Femipa, realizado entre os dias 11 e 13 de março em Curitiba.
O médico explicou que, entre as mais diversas atividades humanas, a internação hospitalar está entre as mais perigosas e não só em países em desenvolvimento. Estar em um hospital no Canadá, por exemplo, é mais perigoso do que escalar uma montanha de grande altitude ou até mesmo conduzir um veículo em meio ao trânsito.
A boa notícia é que a tecnologia de informação vem auxiliando a tornar esse momento mais seguro para pacientes, profissionais de saúde e instituições. Reunindo as informações sobre o histórico do paciente e contexto, ferramentas são capazes de apontar os riscos, tempo e custos envolvidos em uma internação.
Segundo análise da base nacional do DRG Brasil, que avaliou mais de 2 milhões de altas, cerca de 30% do custo assistencial se deve a falhas na entrega de valor determinadas pelo sistema de saúde (operadora, hospital e equipe assistencial).
Da perspectiva da gestão, segundo o médico, é possível avaliar a eficácia do atendimento e favorecer a experiência do paciente, reduzindo os desperdícios de recursos a aumentando a entrega de valor. Ele define a entrega de valor como “entregar resultados assistenciais de qualidade com o menor custo” e defende que isso só é possível controlando o desperdício.
O médico disse ainda que a plataforma é capaz de fornecer medidas e referenciais que contribuem para construir a centralidade no paciente; transformar o modelo assistencial e remuneratório aplicado; construir confiança entre médicos, hospitais e operadoras e garantir transparência entre as partes.
Esse sistema processa informações de saúde de alta qualidade, com base em um modelo assistencial centrado no paciente, que o coloca no centro do cuidado e oferece ainda possibilidades de modelos remuneratórios por valor e bundle que podem ser utilizados para estímulo à entrega de valor. As consequências desta aplicação são o uso eficiente do leito hospitalar, aumento da segurança assistencial, redução das internações evitáveis e redução de readmissões preveníveis.
Fonte: Karla Mendes - Comunicação Femipa