Um paciente teve alta no início da manhã, mas precisa aguardar que alguém da família venha buscá-lo, muitas vezes, todos estão trabalhando ou é preciso acionar vizinho que possua carro para realizar o transporte. Enquanto espera para deixar o hospital, o paciente que está de alta continua no leito. Novos pacientes, necessitando de tratamento precisam aguardar.
A situação hipotética é comum nos hospitais e traz prejuízos tanto ao andamento do trabalho quanto financeiros. Mas, um hospital de Porto Alegre (RS) encontrou uma solução simples e mais econômica. Ele providencia um carro e o transporte dos pacientes para casa. A medida, que custa pouco, cerca de cinco mil reais, potencializou o gerenciamento de leitos da instituição e trouxe maior otimização do cuidado.
O exemplo foi apresentado por Rogério Medeiros, gestor e consultor hospitalar em sua palestra “Gestão de Leitos e os reflexos na operação do hospital” na sala temática sobre Gestão Hospitalar do Seminário Femipa, realizado entre os dias 11 e 13 de março em Curitiba.
Ele mostrou que iniciativas simples e muitas vezes de baixo custo para o gerenciamento de leitos podem resultar em impactos positivos na instituição. Outro exemplo apresentado pelo palestrante foi do Hospital Regional de Araranguá (SC), que usa o sistema Kanban – no qual são utilizados cartões em tabelas geralmente fixadas na parede para mostrar os processos e suas evoluções.
Outra iniciativa é o prontuário de bolso, um mecanismo eletrônico que permita o melhor acompanhamento do paciente na beira do leito e uma programação da alta mais inteligente.
Além disso, o palestrante citou o Hospital São Vicente de Paula que discute cada um dos casos em equipe multidisciplinar e geram indicadores que são acompanhados, melhorando a eficiência da gestão de leitos.
A gestão de leitos é definida por Medeiros como o conjunto de processos destinado a utilizar a capacidade máxima instalada e os leitos de acordo com critérios de admissão e alta através do monitoramento da previsibilidade do tratamento. Entre os fatores mais comuns que atrapalham essa meta estão a falta de transporte para o paciente, falta de cuidador, falta de conhecimento do paciente e familiares sobre o tempo e a programação da alta.
A questão não é apenas de saúde dos pacientes, mas de saúde financeira da instituição. Somados, os períodos nos quais os leitos estão ocupados sem a devida necessidade acumulam custos consideráveis para a instituição. Para vencer o desafio, o consultor diz que não há uma única resposta, mas que é preciso usar a criatividade para estabelecer uma metodologia de gestão de leitos, unindo a equipe multiprofissional e compreendendo que é preciso planejar a alta desde o ato da internação do paciente, além de ir monitoramento cada momento do processo.
Fonte: Karla Mendes - Comunicação Femipa