O presidente da FEMIPA, dr. Charles London, e representantes dos hospitais de Curitiba associados à Federação receberam, na manhã desta quarta-feira (18), o candidato a prefeito de Curitiba Eduardo Pimentel (PSD), que estava acompanhado da deputada estadual Márcia Huçulak. Na ocasião, London apresentou as principais demandas da Saúde e reforçou o compromisso da FEMIPA com o diálogo permanente para garantir avanços para hospitais filantrópicos e santas casas.

Primeiramente, o presidente da FEMIPA reforçou que a Federação é apartidária, mas precisa ter uma atuação política para garantir melhores condições para os prestadores de serviços de Saúde, já que esse tema é essencial. Em seguida, ele destacou a importância das instituições sem fins lucrativos para o sistema de saúde.

“Hoje, aqui, estão os principais hospitais da capital, um grupo muito importante para a rede de Saúde como um todo. Realizamos mais de 50% dos atendimentos aos SUS. Em algumas áreas, chegamos a quase 100%. A maioria desses hospitais conta com selos e certificações que atestam a qualidade e a excelência. Além disso, temos que destacar que temos um custo muito mais acessível do que o próprio serviço público, porque essa é uma realidade. Fazemos bem, fazemos em quantidade e fazemos mais barato. Precisamos reconhecer isso”, afirmou.

Em seguida, a deputada Márcia Huçulak relembrou a história de mais de 30 anos que tem com muitas das instituições presentes e reforçou que a rede de Saúde filantrópica é fundamental para o sistema.

“Os hospitais filantrópicos são nossos grandes parceiros. Não podemos ficar sem essas instituições, que são imprescindíveis. Além de tudo, temos a relação de custo-efetividade muito vantajosa para o sistema. Vale destacar também que Curitiba é uma referência em Saúde, então não podemos perder isso. Mas sempre há espaço para melhorar. Eu sempre digo que uma cidade nunca está pronta, sempre temos espaço para avançar”, destacou.

Com relação às demandas dos hospitais filantrópicos, a FEMIPA organizou um caderno de propostas, que foi entregue ao candidato Eduardo Pimentel. Charles London citou cada uma delas, explicando o posicionamento das instituições, e passou a palavra para Pimentel.

Durante sua fala, o candidato também comentou alguns itens do caderno, como a destinação de emendas parlamentares de vereadores. No cenário atual, os recursos vinculados a essas emendas costumam levar até quatorze meses para chegar aos hospitais. A FEMIPA apontou que esse prazo precisa ser reduzido significativamente, com a definição de rotinas e processos que minimizem a burocracia existente, garantindo, principalmente, que as compras de materiais e equipamentos não sejam prejudicadas pela inflação ou por variações na cotação do dólar.

“Acho boa a ideia de buscarmos uma forma de fazer com que essas emendas municipais possam ir direto para os hospitais. É uma proposta interessante, porque é algo desburocrático e rápido. Eu sei que, hoje, essa solução está na Procuradoria do Município, então me comprometo a discutir com eles essa questão”, salientou.

Outro item da pauta era sobre os hospitais psiquiátricos. O documento destaca a necessidade de garantir um pagamento suplementar a essas instituições, que atendem os pacientes oriundos do município de Curitiba, pois a diária SUS atual não cobre o custos hospitalares.

Nesse tema, Pimental afirmou que “a saúde mental também é algo muito importante dentro do plano de governo. Sabemos que há alguns questionamentos sobre isso em algumas esferas de governo, mas, aqui, não. Aqui, queremos debater para encontrarmos soluções. Vamos revitalizar nossos CAPS, para que possamos trabalhar em cuidado. Nosso desafio é manter essas pessoas dentro do tratamento, sendo assistidas. Isso é fundamental”.

Para fechar, ele falou sobre o recurso extra de aproximadamente R$ 100 milhões disponibilizado pela prefeitura de Curitiba no ano passado para as instituições filantrópicas.

“No ano passado, tive o privilégio de, nos 15 dias em que estive como prefeito, mesmo período em que o orçamento estava indo para a Câmara de Vereadores, incluir novamente o apoio financeiro aos hospitais filantrópicos para 2023. E já me comprometo a incluir para o ano que vem também e assim por diante, para que possamos construir esse conjunto de soluções”, finalizou.

Com a palavra aberta, o diretor-geral do Hospital Universitário Cajuru, dr. Juliano Gasparetto, destacou que os hospitais têm uma gestão qualificada, de excelência não só em Curitiba, mas na rede filantrópica como um todo. Segundo ele, é uma gestão muito competente, com capacidade de inovar e prestar o melhor atendimento. “Estamos sempre nos transformando”, disse.

Ele citou, ainda, que o recurso extra disponibilizado pela prefeitura é muito importante, porque ajuda a manter as urgências e emergências, mas ainda é preciso melhorar o custeio, já que os hospitais estão sufocados. Além disso, o diretor-geral também ressaltou que é fundamental pensar em mais investimentos para essas instituições, porque os hospitais, que atendem 7 dias por semana, 24h por dia, acabam depreciando muito rápido.

“Os hospitais vão depreciando e não temos capacidade de investimento. Dependemos de emendas parlamentares; elas englobam custeio e investimento para que possamos comprar equipamentos, mas acabamos sempre optando sempre por custeio, porque temos que pagar salário, não podemos pegar recursos de curto prazo em banco. Precisamos melhorar urgentemente como trabalhar com o governo do estado para alcançarmos uma política de investimentos em toda a rede. Às vezes, não temos nem o mínimo para fazer as manutenções, quanto mais para investimento, e vamos ficando para trás. Buscamos uma política de investimentos que revitalize a nossa rede, porque, nos últimos 10 anos, tivemos uma depreciação muito acelerada”, completou.

Por fim, dr. Álvaro Quintas, diretor-geral da área de saúde do Grupo Marista, destacou também os hospitais-escola, como o Hospital Cajuru, e citou os altos investimentos que são feitos em capacitação, sugerindo que o governo municipal também tenha um olhar voltado para esse assunto.

Em resposta aos dois posicionamentos, Eduardo Pimentel apontou que capacitação também é um prioridade. Com relação aos investimentos, ele disse que este é um ponto que está sempre sendo colocado em pauta e que pretende conversar com a Secretária de Saúde e com o governo do estado para buscar soluções conjuntas.

“Agradeço a entrega do documento, com pautas tão importantes, e agradeço a todos os hospitais que já abriram suas portas para nos receber. Essa conexão é o que eu mais proponho como plano de governo, manter essa excelente relação que todos nós temos – o poder público, os hospitais filantrópicos, os hospitais particulares, toda a rede. Eu sempre fui do diálogo, de portas abertas, de construir em conjunto. Meu compromisso é manter isso, escutá-los como Federação, como hospitais, como pessoas, porque a Saúde é fundamental. Sobre as propostas que estão elencadas neste documento, me comprometo a recebê-los para discutirmos item a item, tecnicamente, e pensarmos em ações para avançarmos no investimento e no apoio”, garantiu.

Estiveram presentes no encontro os representantes das instituições Hospital São Vicente, Hospital Nossa Senhora das Graças, Hospital Mackenzie, Hospital da Cruz Vermelha – Paraná, Hospital Madalena Sofia, Hospital Pequeno Principe, Santa Casa de Curitiba, Hospital Universitário Cajuru, Pequeno Cotolengo, Hospital Erasto Gaertner, San Julian e APTA-IPTA.

Clique aqui para acessar o documento de propostas na íntegra.

caderno propostas Femipa_prefeitura Curitiba_2024

Fonte: Maureen Bertol - Assessoria FEMIPA