“Nenhuma instituição é mais complexa do que um hospital”. Foi com essa frase que o consultor e executivo de gestão de capital humano Bernt Entschev começou sua palestra “RH estratégico na gestão de hospitais: é possível?”, que fez parte da programação da sala temática “Parlons Santé – Gestão hospitalar” no 10º Seminário Femipa. Segundo o profissional, há muitos anos discute-se o papel da área de recursos humanos nas organizações e o principal ponto que deve ser levado em conta pelas instituições é que o RH, de acordo com Entschev, deve estar subordinado ao presidente.
“Normalmente, aquelas empresas que não têm uma visão clara, deixam o RH subordinado a um diretor administrativo, por exemplo. Mas a parte estratégica da organização ocorre no primeiro nível. Se o RH não esta lá dentro, ele não tem intimidade, nem pessoalidade para implementar o que gostaria. Só conseguimos implementar mudanças através das pessoas”, afirmou.
Com a velocidade com que as pessoas tomam decisões, o RH cada vez mais tem se tornado um “mal necessário”, segundo o palestrante, justamente porque as organizações buscam eficiência e, sem isso, não conseguem resultados. Para isso, é importante que a formação de líderes esteja na pauta. “Nada é mais significativo e importante do que isso, porque somente assim uma empresa poderá desenvolver crenças, valores e comportamento”, destacou. Além disso, ele também reforçou que as organizações devem trabalhar a cultura organizacional, porque é ela quem determina como os colaboradores vão agir em determinada circunstância.
“O alinhamento de cultura é um trabalho constante. Cultura é feita de cima para baixo, sempre. Além disso, as pessoas têm pouca noção de quanto o RH pode agregar valor às empresas e pessoas. Para isso, investir em comunicação interna pode ajudar, pois gera o sentimento de pertencimento ao grupo. É um processo de integração, de fazer com que o colaborador se sinta parte daquela maneira de pensar da organização. Se não tiver boa motivação, não vai ter bom desempenho. A empresa que valoriza um profissional tem como contrapartida a valorização também”, ressaltou.
Com base nesses pontos, Entschev afirmou que quando o RH entra no topo da organização, ajudando e participando das decisões estratégicas, é ai que a empresa começa a ter um RH estratégico.
“O RH estratégico é fundamental, porque faz parte da integração do modelo de negócio. Além disso, gerencia performance e competências, integra sistemas, desenvolve líderes e planeja sucessões. O RH também é responsável pela cultura da empresa, clima organizacional e o tom que os gestores aplicam em sua gestão. O gestor de RH não desenvolve a cultura, quem faz isso é o dono da empresa, mas é responsável pela manutenção dela. A área tem que ser estratégica, tem que ajudar na tomada de decisões e, para isso, precisa conhecer o negócio. Isso faz toda a diferença. O RH tem tudo a ver com a gestão, por isso defendo que tem que estar no nível de diretoria. Tem que sentir o clima das decisões e participar desse processo, dar suporte para que os diretores possam tomar as decisões adequadamente”, salientou.
Por fim, ele destacou que para se desenvolver um gestor de RH, é preciso estimular a formação, com especialização, curso de idiomas, MBA e experiência internacional. Também é fundamental avaliar o comportamento, que deve estar alinhado à cultura da empresa e ao estilo da gestão. Em terceiro lugar, ele sugere que a empresa estimule o gestor de RH a conhecer outros sistemas para poder contribuir na otimização dos processos. Por fim, pensar nas boas práticas, como, por exemplo, fazer com que o gestor passe em todas as áreas, o chamado “job rotation”, para ter ganho de conhecimento nesse processo. “O RH tem que exercer pensamento estratégico. Por isso, a empresa deve estar voltada ao desenvolvimento profissional”, completou.
Fonte: Assessoria de imprensa Femipa