A programação paralela do 9º Seminário Femipa começou na manhã desta quarta-feira (09) com o 3º Encontro de Assessores de Comunicação. Para dar início aos trabalhos, Elinéia Denis, profissional de Marketing e analista de tendências, falou sobre o financiamento coletivo e de que forma essa ferramenta pode ajudar os assessores de comunicação das instituições filantrópicas. Segundo ela, esse tipo de financiamento ainda não é muito popular no Brasil, mas acaba sendo bem movimentado para projetos culturais. Por isso, deve-se aproveitar a oportunidade.
De acordo com Elinéia, o financiamento coletivo serve para impulsionar projetos ou produtos, construir algo novo ou adquirir um equipamento, por exemplo. “Qualquer coisa que uma pessoa ou uma empresa séria tenham vontade de fazer por um bem comum. As pessoas precisam entender de que forma a proposta poderá melhorar a vida delas. Por isso, o projeto precisa ser encantador, e a causa tem que ser nobre. O desejo de ajudar está dentro das pessoas, mas muitas vezes elas não têm cem mil reais; elas têm 10. Dessa forma, a partir do momento que uma instituição abre portas para que a pessoa possa doar a quantia que ela tiver, o envolvimento acaba acontecendo”, disse.
Hoje, existem mais de 15 plataformas, e o primeiro passo para criar um financiamento coletivo é conhecer todas elas e ver a que melhor se encaixa no perfil da instituição. A dica da especialista foi para que os assessores escolham plataformas em português e que aceitem doações em real. “Também é importante utilizar plataformas flexíveis, porque algumas são ‘tudo ou nada’, ou seja, se a meta estabelecida não foi atingida, a plataforma devolve o dinheiro aos contribuintes. Mas como no caso dos hospitais qualquer ajuda é importante, a campanha flexível é uma boa opção”, explicou.
Para começar um projeto, Elinéia indicou que o melhor caminho é ler, reler e tirar dúvidas sobre as taxas. Também é importante analisar a plataforma e verificar a clareza nas informações, além de ver se o suporte é bom. “Analisar as redes sociais da plataforma e ver o que as pessoas estão falando a respeito é fundamental”, garantiu.
Assim que a ideia for levantada, as áreas de Comunicação e Marketing das instituições de Saúde devem fazer um projeto e também um planejamento, para evitarem surpresas no caminho. Responder às perguntas questões “o que se quer?” e “a sociedade percebe o problema que estamos querendo resolver?” pode ajudar.
Depois que uma campanha é criada, o próximo passo é investir na comunicação. Mas antes de divulgar o projeto à comunidade, a profissional de marketing declara que é fundamental, em primeiro lugar, engajar os colaboradores do hospital, para que eles entendam a importância da ação e da participação. “Essa é uma boa forma de ‘encantar’ as pessoas e despertar nelas a vontade de ajudar. Também é uma oportunidade para trocar ideias e entender se as pessoas de dentro da instituição têm clareza na campanha. Eles são o primeiro público, ou seja, se eles não entenderem, a população em geral provavelmente não vai entender”, comentou.
Outra dica muito importante citada por Elinéia é manter um banco de dados consistente, com o máximo de informações possíveis, para que se divulgue a proposta de financiamento coletivo.
“Todo financiamento coletivo tem uma recompensa para a pessoa que colaborou. Por isso, saber o que as pessoas gostam é importante para que a instituição possa recompensá-la. Crie coisas para que eles se sintam ‘abraçados’. Não precisa usar o banco de dados somente para pedir doação; utilize também parar construir um bom relacionamento, que é a base de tudo. Tenha uma comunicação afetiva. Crie uma campanha empática, mostre para a pessoa o papel do hospital para a sociedade. Utilize linguagem clara, objetivos claros e deixe bem clara a sua missão. O tempo todo é preciso mostrar quais benefícios aquilo vai trazer. Quanto mais pessoas engajadas, mais a campanha vai se propagar”, sugeriu.
Para facilitar o entendimento, a analista de tendências explicou as etapas de uma ação de financiamento coletivo, destacando que no pré-projeto é preciso fazer o planejamento da campanha, o valor que se pretende arrecadar, como as informações serão divulgadas de forma transparente e as recompensas aos doadores, que podem ser um agradecimento público, uma lista com os nomes de todos os participantes publicada no site da instituição, uma menção nas redes sociais, um evento para apresentar o resultado, entre outros. Além disso, ela citou que diferentes doações precisam ter recompensas diferentes. Aquele que doou mais pode receber, por exemplo, uma placa ou um convite para um jantar especial, algo que a pessoa se sinta presenteada.
Durante a campanha, que deve ser de no mínimo 60 dias, é fundamental que o setor de Comunicação continue divulgando o projeto. Segundo Elinéia, essa divulgação não precisa ser diária, mas também não se pode ficar muitos dias sem “conversar” com as pessoas para não cair no esquecimento. Quando a proposta terminar, é hora de entregar as recompensas, executar o projeto, fazer a prestação de contas e comunicar tudo isso aos apoiadores.
E para fechar a palestra, a profissional de Marketing deixou uma importante mensagem: “campanha não acontece sem pessoas; elas são a chave de tudo. É difícil, no Brasil temos pouco incentivo para esse tipo de projeto, mas as pessoas precisam conhecer e se engajar. E, para isso, é preciso usar de todo encantamento possível. Por isso, devemos dar o primeiro passo”, completou.
Rede social da Saúde
Nilton Tadayoshi, representante do Grupo Taisei, também participou do 3º Encontro de Assessores de Comunicação para apresentar a “Social business: rede social da Saúde”, que é uma criação do grupo. Para justificar a proposta, ele citou que o número de nativos digitais, aqueles que nascem e vivem com as tecnologias, está crescendo, e isso faz com que a produtividade aumente em 36% e as metas concluídas em até 12%. Além disso, o custo de suporte reduz 9% e o erro operacional diminui 24%.
Com relação às redes sociais, Tadayoshi lembrou que a mais popular é o Facebook, mas também outras aparecem na lista de preferências dos brasileiros, como Linkedin Google Plus, Twitter, Skype e Dropbox. Mas mesmo com tantas tecnologias existentes, o que o Grupo Taisei está propondo é algo diferente: uma rede social do hospital, que vai englobar todas as informações da instituição, como todo o conteúdo presente no site, por exemplo. Serviços como videoconferência, e-mail corporativo e portal de compras, estarão disponíveis dentro de uma única plataforma. Além disso, todas as localidades que aderem à rede começam a ter acesso às demais localidades, o que promove a troca de experiências.
A tecnologia utilizada – um produto da IBM – permite acesso por computador, celular ou tablet, basta ter acesso à internet. Empresas como Petrobras e Poupa Tempo e instituições como Detran-SP e Polícia Militar utilizam a mesma tecnologia, que é bastante robusta para suportar um volume grande de informações. Além disso, essa tecnologia é muito conhecida pelo nível de segurança bastante apurado da base de dados.
Veja as fotos do primeiro dia de evento no Facebook da Femipa, neste link.
Fonte: Assessoria de imprensa Femipa