O presidente da CMB, Edson Rogatti, apresentou, durante seu discurso na abertura oficial do XII Congresso Nacional de Operadoras Filantrópicas de Planos de Saúde, as medidas adotadas pelo segmento para minimizar os efeitos da crise na Saúde Suplementar. Ele explicou que a CMB está participando das discussões sobre a criação dos planos acessíveis, além de participar das Câmaras da ANS, pleiteando o desenvolvimento de uma regulação específica para o setor filantrópico de planos de saúde.

Se for aprovado, o plano acessível pode representar uma oportunidade para o mercado de Saúde Suplementar filantrópico, segundo afirmou Rogatti em seu discurso. Ele disse que a CMB apresentou, em parceria com a Abramge e a Unimed do Brasil, três modelos possíveis de atuação dos planos acessíveis.

Quanto à normatização para o segmento filantrópico, Rogatti disse que a ANS poderia considerar, por exemplo, na formação das reservas financeiras, os patrimônios das instituições e os recebíveis do SUS como garantia, como já é aceito pelas instituições financeiras. “Nossas metas estão voltadas para a solidariedade, mas precisamos trabalhar para garantir a sobrevivência de nossas instituições. Uma das opções apontadas é o sistema colaborativo, que funciona em rede e beneficia tanto operadoras e hospitais, quanto os usuários. A Rede Saúde Filantrópica tem essa função. E estamos trabalhando para fortalecer o segmento, trazendo conhecimento, informação, parcerias e unidade, para que, juntos, possamos crescer e transformar esse negócio em resultados positivos”, concluiu.

Confira a íntegra do discurso abaixo.

Palestra magna
O presidente da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) e da Federação Internacional de Hospitais (IHf), Dr. Francisco Balestrin, destacou a necessidade de os hospitais filantrópicos e operadoras atuarem em um sistema integrado. “ É preciso comportar-se como rede, de fato, para poder unir forças e alcançar a sustentabilidade financeira”, reforçou.

Balestrin também ressaltou o envelhecimento da população como uma das dificuldades do mercado de saúde, bem como a falta de cuidado com a saúde dos jovens que, ao deixarem os planos de saúde, voltam a depender do SUS. “ O centro do sistema de saúde tem que ser o cidadão, mas para alcançar a qualidade no atendimento é preciso organização, gestão, modelo assistencial adequado e modelo de remuneração adequado”, enfatizou

No entanto, Balestrin lembrou que, apesar dos esforços do mercado em tentar discutir uma transição do modelo de remuneração, não houve resultados concretos, uma vez que, por causa da desconfiança entre as partes, não foi possível chegar a um consenso. “É preciso ter em mente que não há modelo perfeito, apenas diferentes vantagens e riscos em cada um. Mas é preciso parceria para que essas discussões evoluam”, afirmou.

 

Íntegra do discurso:

Senhoras e senhores, boa noite.

É com muito prazer que recebemos vocês no XII Congresso Nacional das Operadoras Filantrópicas de Planos de Saúde. Nosso tema, REPACTUANDO AS RELAÇÕES ENTRE OPERADORAS, PRESTADORES, FORNECEDORES E CLIENTES EM PROL DA SUSTENTABILIDADE, vem ao encontro das demandas atuais da Saúde Suplementar.

Já ouvimos, neste primeiro dia do Congresso, que há diversas dificuldades enfrentadas não apenas pelas operadoras de planos de saúde, mas também pelos hospitais que prestam serviços a esse segmento, relacionadas à situação econômica do País. A queda no número de beneficiários nos planos de saúde implica em aumento da demanda no SUS e, consequentemente, em nossos hospitais que atendem a Saúde Pública.

Preocupados com essa situação, a CMB, por meio da Rede Saúde Filantrópica, tem discutido junto ao governo possibilidades para a sustentabilidade do negócio. Uma dessas opções está na liberação dos Planos Acessíveis. A CMB apresentou propostas de três modelos, em parceria com outras entidades, como a Abramge e a Unimed, aqui representadas esta noite. Acreditamos que se o governo aprovar o plano acessível poderemos criar uma oportunidade de crescimento do Setor Suplementar e de nossas operadoras.

A participação da CMB nas Câmaras Técnicas e Grupos de Trabalho da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) também tem garantido nosso posicionamento. Um pleito que há muito tempo tem sido apresentado e que ainda estamos reforçando, é que a Agência possa olhar para o segmento filantrópico de maneira diferenciada.

Segundo dados apresentados esta manhã pelo IESS, nosso setor é o que registrou o menor número de reclamações de beneficiários e de multas, o que demonstra a qualidade do nosso serviço. Nosso trabalho como operadoras segue a linha e a missão dos nossos hospitais: queremos atender a população com qualidade, sem foco no lucro, mas na sustentabilidade.

Assim, estamos pleiteando uma regulação específica para o setor filantrópico, já que temos uma característica diferente das demais operadoras. As normas da ANS para reservas financeiras, por exemplo, poderiam considerar o patrimônio dessas instituições e os recebíveis do SUS como garantia financeira, a exemplo do que acontece nos casos das instituições financeiras, como o BNDES e a Caixa Econômica Federal.

Nossas metas estão voltadas para a solidariedade, mas precisamos trabalhar para garantir a sobrevivência de nossas instituições. Uma das opções apontadas é o sistema colaborativo, que funciona em rede e beneficia tanto operadoras e hospitais, quanto os usuários. A Rede Saúde Filantrópica tem essa função. E estamos trabalhando para fortalecer o segmento, trazendo conhecimento, informação, parcerias e unidade, para que, juntos, possamos crescer e transformar esse negócio em resultados positivos. Contem conosco.

Muito obrigado. Bom Congresso a todos.

Fonte: CMB