O governador Beto Richa autorizou nesta quinta-feira (22) o repasse de R$ 6 milhões em recursos extras para apoiar o Hospital Evangélico de Curitiba neste momento de crise. O incentivo vai auxiliar na cobertura de despesas de custeio, como compra de medicamentos, materiais farmacológicos e hospitalares. A intenção é garantir que o hospital permaneça de portas abertas, sem que o atendimento seja suspenso.
Richa afirma que a iniciativa demonstra a preocupação do Estado com a saúde dos curitibanos. “Trata-se de um hospital estrategicamente importante, que passa por uma grave crise financeira. Não podemos deixar que a população seja prejudicada e por isso estamos ajudando em tudo que está ao nosso alcance”, destacou.
O repasse do incentivo será dividido em 12 parcelas mensais, sendo as duas primeiras no valor de R$ 1 milhão. As restantes serão de R$ 400 mil por mês. A previsão é que o primeiro pagamento seja feito já na próxima terça-feira (27). “É uma medida emergencial que tomamos para assegurar que o hospital mantenha o atendimento normal neste fim de ano”, explica o governador, que há duas semanas já havia liberado o repasse de R$ 2,6 milhões à instituição, em caráter de urgência.
REFERÊNCIA – Atualmente, o Hospital Evangélico de Curitiba conta com 434 leitos gerais – 373 disponíveis à rede pública de saúde. São 35 leitos de UTI adulto e mais 25 de UTI neonatal, para assistência a recém-nascidos. Além disso, a unidade é uma das principais referências de atendimento em urgência e emergência, gestação de alto risco e área de queimados.
De acordo com o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, o fechamento do serviço geraria um problema muito sério ao sistema de saúde, sobretudo neste período de festas em que o número de vítimas de queimaduras aumenta. “O Evangélico é hoje a nossa principal referência de atendimento em queimaduras graves no Paraná. Pacientes de diversas regiões do Estado são encaminhados para cá”, informou.
O interventor do Hospital Evangélico de Curitiba, Carlos Alberto Miguez da Senna Motta, explica que o recurso extra vai dar um fôlego ao hospital, que por diversas vezes já teve que interromper os atendimentos devido à falta de materiais. “Isso que o Estado está fazendo é realmente uma grande ajuda. Curitiba é gestão plena do sistema, mas não tem condições de nos apoiar neste momento. Se não fosse o Estado, a situação estaria muito pior”, declarou.
NOVA LEI – Para repassar incentivos de custeio a hospitais sob intervenção (administrativa ou judicial), o Estado teve que promulgar uma lei inédita no País para tratar deste tema. O texto normatiza a concessão de subvenções sociais a serviços de saúde neste regime. O ajuste legal beneficiou diretamente quatro instituições: Santa Casa de Cambé, Hospital São Rafael de Rolândia, Santa Casa de Ibiporã e Hospital Evangélico de Curitiba.
No Paraná, as transferências voluntárias de recursos a hospitais sob intervenção estavam suspensas desde que algumas mudanças na legislação federal foram adotadas, inviabilizando a formalização de novos convênios. “Agora, com embasamento legal, pudemos voltar a alocar recursos de custeio nestes hospitais. Uma ajuda importante a essas instituições que passam por um amplo processo de reestruturação”, detalhou Caputo Neto.
RESGATE – O Hospital São Rafael de Rolândia, por exemplo, passou a receber R$ 200 mil por mês. A diretora técnica da unidade, Tatiana Müeller, destaca que o recurso possibilitou a organização de pontos essenciais que estavam em aberto na instituição, como pagamentos aos colaboradores, prestadores e fornecedores; compra de materiais hospitalares e, inclusive, a retomada das cirurgias.
“Finalmente, foi possível colocar em prática nosso plano de recuperação. O funcionamento do hospital, a partir de agora, está todo custeado com o recurso da subvenção. Só nos resta agradecer todo o apoio dado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde, para o hospital e os mais de 137 mil habitantes de Rolândia e região”, comenta Tatiana.
Na Santa Casa de Cambé, o repasse mensal do Estado é de R$ 270 mil e já está na segunda parcela. Quem também já foi contemplado com um segundo pagamento é a Santa Casa de Ibiporã, cujo valor é de R$ 150 mil por mês.
Fonte: AEN