O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, determinou nesta quarta-feira (19) que hospitais, prontos socorros, unidades de saúde e demais serviços de atendimento no Paraná redobrem a atenção a casos suspeitos de automutilação e uso inadequado de medicamentos por parte crianças e adolescentes. A medida foi tomada tendo em vista os recentes relatos de tentativas de suicídio relacionados ao jogo virtual “Baleia Azul”.
Somente nos dois últimos dias, já foram identificados no Estado pelo menos nove casos suspeitos de adolescentes que cumpriram desafios do jogo e deram entrada em serviços de saúde com sinais de automutilação e outros ferimentos autoprovocados. São sete ocorrências em Curitiba e duas no interior do Estado, na região de Campo Mourão.
“A situação é grave e os pais devem ficar atentos ao comportamento de seus filhos. Trata-se de um jogo criminoso que tomou conta das redes sociais e está vitimando nossas crianças”, disse o secretário, que convocou uma reunião de emergência para tratar sobre o tema na manhã desta quarta-feira, em Curitiba.
Uma nota técnica está sendo elaborada pela Secretaria de Estado da Saúde para orientar a conduta dos profissionais de saúde frente a este tipo de situação. Uma rede de serviços estará à disposição para dar suporte a estes casos, tanto com assistência clínica quanto psicológica.
A recomendação é que, ao identificar algum comportamento suspeito de seus filhos, a família leve a criança ou adolescente à unidade de saúde mais próxima. Caso haja algum sinal de automutilação, o encaminhamento deve ser feito já para o pronto socorro, de um hospital ou de uma Unidade de Pronto Atendimento 24h (UPA).
“Órgãos de saúde, educação e segurança pública estão trabalhando em conjunto para dar uma resposta a sociedade frente a este grave problema. Estamos monitorando a situação e tomando todas as medidas cabíveis para proteger as nossas crianças”, declarou Caputo Neto.
O JOGO – No jogo “Baleia Azul”, os adolescentes relatam receber mensagens em redes sociais com tarefas a serem cumpridas. Nas conversas, um grupo de organizadores, chamados “curadores”, propõe 50 desafios macabros aos adolescentes, como fazer fotos assistindo a filmes de terror, automutilar-se desenhando baleias com instrumentos afiados no corpo e ficar doente.
O “Baleia Azul” começou como “fake news” (notícia falsa) divulgada por um veículo de comunicação estatal da Rússia e se espalhou a partir de 2015. Mesmo sendo fake news, a notícia gerou um contágio, principalmente entre os jovens. De acordo com especialistas, o jogo não existia, mas com a grande repercussão da notícia, pode ter passado a existir.
Fonte: Sesa