Ciclos de melhorias foram abordados durante o 10º Seminário Femipa, na sala temática “Efetividade Clínica: Atenção, Qualidade e Eficiência”
A “Efetividade clínica: ciclos de melhoria” foi tema de palestra realizada nesta quinta-feira (26) pela médica Marta Fragoso, gerente do Núcleo de Segurança do Paciente e Escritório de Qualidade do Hospital Vita Batel e Curitiba.
O debate fez parte da sala temática “Efetividade Clínica: Atenção, Qualidade e Eficiência, parte do 10º Seminário Femipa, evento que reuniu representantes de hospitais e instituições humanitárias do Paraná e de todo o Brasil em Curitiba entre os dias 25 e 27 de outubro.
A palestra realizou uma discussão sobre a efetividade clínica e como é possível atingir índices de excelência por meio de ciclos de melhoria. Segundo a médica Marta Fragoso, é preciso compreender que a efetividade clínica significa obter o melhor desfecho clínico com eficácia e eficiência, ou seja, alcançar o melhor resultado com a economia ou gasto de recursos exatamente dentro do planejado.
Já os ciclos de melhoria integram o programa de Gestão da Qualidade e são formados por um conjunto de elementos estruturais e atividades com a meta de desenvolvimento da melhoria contínua da qualidade. “Para obter esse resultado, eu tenho que monitorar todas as atividades por meio de indicadores e planejar novas ações para ajustes necessários dos processos”, explicou.
Entre essas medidas estão a identificação e priorização de oportunidades de melhoria, análise da situação atual, construção de critérios de avaliação e apresentação dos dados à equipe envolvida nas atividades. Além disso, após a análise, é preciso propor e realizar as intervenções para a melhoria; implementar as intervenções e; reavaliar e registrar as melhorias alcançadas, finalizando o ciclo da melhoria.
Para a melhoria contínua, a instituição utiliza como o processo gerencial o PDCA (Planejar, Executar, Monitorar, Agir). Já as ferramentas de trabalho abrangem a epidemiologia e indicadores como as medidas de incidência, densidade de incidência, incidência acumulada, medidas de prevalência, indicadores assistenciais, indicadores de gravidade, entre outros.
A instituição monitora também diversos aspectos do atendimento em cada setor. Alguns exemplos são os índices de readmissão de paciente, a aplicação de protocolos clínicos específicos, a administração de antibióticos, o tempo de coleta de hemoculturas em caso de suspeita de sepse, entre muitos outros.
Todos os setores e monitoramentos são dispostos em mapas de contexto, que também possibilitam a criação de indicadores para monitorar o desempenho e desfecho de todas as atividades, facilitando o gerenciamento.
A instituição elaborou ainda outras ferramentas como um “Sistema de Notificações de Eventos”, que está disponível a todos os colaboradores por meio da intranet. Nesse sistema, é estimulado o registro de qualquer situação que possa afetar o atendimento assistencial, desde risco de queda, situações que envolve a higiene ou qualquer outra situação.
Outra ferramenta utilizada é a Pesquisa Anual de Cultura com todo o universo de profissionais. Essa pesquisa, de acordo com a medida, oferece informações importantes sobre aspectos técnicos e organizacionais como trabalho em equipe, liderança, material, acesso à informação, entre vários outros.
“É preciso construir a cultura da segurança dentro da instituição e compreender que é preciso desenvolver processos. A maioria dos erros, quando acontecem, não é uma questão de um colaborador, e sim um erro de processo. É preciso então investir na melhoria de processos continuamente para também garantir a efetividade clínica. Investir em qualidade e segurança é um retorno que se tem a longo prazo”, afirmou.
Fonte: Assessoria de Imprensa Femipa – Karla Mendes