A experiência de sucesso da Rede Mãe Paranaense foi apresentada nesta quarta-feira (23), em Brasília, durante o Debate sobre Governança Regional das Redes de Atenção à Saúde, promovido pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). O evento reuniu especialistas de saúde pública para debater o tema governança e incentivar a implantação e funcionamento das Redes de Atenção à Saúde em todas as regiões do país.
“O Governo do Paraná definiu o trabalho da saúde em redes de atenção logo no início desta gestão, em 2011, e temos colhido bons resultados, como a redução da mortalidade materna e infantil”, disse o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto. Segundo ele, as parcerias são fundamentais para ampliar os resultados já positivos e garantiu que o Estado vai potencializar as ações já realizadas e aprofundar o trabalho dos comitês de governança das Redes de Atenção à Saúde.
A coordenadora da Rede Mãe Paranaense, Márcia Huçulak, foi a responsável por apresentar no seminário o trabalho implantado na área materno-infantil do Estado, especialmente o Laboratório de Inovação em Governança da Rede Mãe Paranaense, um projeto feito em parceria com o Conass, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e a Fundação Dom Cabral.
“Na organização das Redes de Atenção há necessidade de se estabelecer uma coordenação entre gestores interdependentes e prestadores de serviços para que os processos de formulação, negociação e tomada de decisão coletiva ocorram de forma harmônica objetivando o alcance de objetivos comuns”, explica Márcia. “Na governança não há um processo de hierarquia, pressupõe confiança e cooperação entre instituições autônomas e independentes”, ressalta.
GOVERNANÇA – O Laboratório de Inovação em Governança da Rede Mãe Paranaense foi implantado em 2014 na macrorregião noroeste, com cinco Regionais de Saúde e que reúne 115 municípios. As reuniões do grupo, composto por gestores estaduais, regionais e municipais, prestadores de serviços e profissionais de saúde, são mensais.
“É nesse espaço que são discutidas questões práticas, do dia a dia dos serviços. O resultado desse debate nos dá condições inclusive de realinhar políticas públicas e aperfeiçoar as condutas”, diz Márcia.
O trabalho iniciado na região noroeste foi a base para a implantação de um novo comitê de governança na macrorregião norte, que reúne outras cinco regionais e 97 municípios. A intenção da Secretaria de Estado da Saúde é, em 2017, levar o mesmo trabalho para as macrorregiões leste e oeste, cobrindo todo o território paranaense.
“Iniciamos pela Rede Mãe Paranaense, mas esse modo de coordenação vai abranger todas as redes de atenção à Saúde do Estado. Já em 2017 iniciaremos o Plano de Bordo da Rede Paraná Urgência”, destaca Caputo Neto.
O Plano de Bordo é um registro de todas as atividades da Rede na região, onde constam as ações executadas pelos atores de todos os pontos de atenção, desde as Unidade Básicas de Saúde, Centros de Especialidades e Hospitais.
Para o presidente do Conass, João Gabardo dos Reis, o trabalho realizado no Paraná é referência para os demais estados. “A criatividade do Paraná na implantação de ferramentas de gestão dá novo rumo à discussão de políticas públicas de saúde. É preciso conhecer essas novas ferramentas e aperfeiçoar o atendimento prestado à população”, afirmou.
A experiência do Paraná em Governança da Rede Mãe Paranaense está publicada no livro lançado nesta quarta-feira pelo Conass para estimular as demais secretarias estaduais de saúde a iniciar projetos semelhantes.
Fonte: Ascom SES/PR