A CMB comemorou 54 anos na última sexta-feira (10). Nesse período, a entidade desenvolveu e fortaleceu suas relações institucionais, cumprindo sua missão de “promover a união, integração e desenvolvimento das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades filantrópicas, bem como o permanente aprimoramento da qualidade da assistência que tais entidades se propõem a prestar, visando sempre o bem-estar da sociedade”, além de representar o segmento diante do Executivo, Legislativo e Judiciário, buscando os interesses dos hospitais sem fins lucrativos e da Saúde. Segundo o diretor-geral da CMB, José Luiz Spigolon, nesse período, a CMB, assim como suas Federações Estaduais, se profissionalizou e está apta a enfrentar as dificuldades do Setor.
Há 26 anos na CMB, Spigolon diz que a Confederação cresceu muito em relação às parcerias institucionais, abraçando causas comuns com outras instituições. A começar pela criação do Fórum dos Presidentes, que reúne as representações nacionais de hospitais – Confederação Nacional de Saúde (CNS), Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) e Federação Brasileira de Hospitais (FBH) – a CMB também ingressou como membro titular do Conselho de Administração da Organização Nacional de Acreditação (ONA); e participou na fundação e composição do Instituto Coalizão Saúde (ICOS), que reúne grandes especialistas na área de saúde e tem objetivo propor mudanças no sistema de Saúde nacional, oferecendo, principalmente para os dirigentes, governadores e presidentes da República, opções de melhoria do sistema de Saúde brasileiro, entre outros. Outra parceria é com as operadoras filantrópicas de planos de saúde, que hoje fornecem seus especialistas para representar a CMB na ANS.
Spigolon destaca também as articulações políticas capitaneadas ela CMB. “Abrimos uma frente de discussão interessante com o BNDES, especialmente com as linhas de crédito para o setor saúde. Além disso, intensificamos as relações institucionais com o parlamento – senadores e deputados – alcançando bons resultados, como foi recentemente na aprovação da Lei 13.479/2017, quando alcançamos 419 votos a favor e nenhum contra”, relata.
De acordo com o diretor, a CMB está em vias de consolidar um grande salto de qualidade em relação à questão da gestão dos hospitais: está trabalhando na criação e operacionalização de uma plataforma de 98 indicadores de qualidade, que vão servir para ranquear as entidades com gestão de excelência.
Confira a entrevista com o diretor-geral da CMB, José Luiz Spigolon:
Qual a expressão de crescimento da CMB?
José Luiz Spigolon – A CMB nasceu timidamente pela iniciativa de umas poucas Federações estaduais, que tinham um número pequeno de associados. Havia uma grande dificuldade por falta de recursos financeiros. Nos primeiros anos, a CMB trabalhou no sentido de melhorar a qualidade de sua sustentabilidade e ampliar seu nível de representação no Brasil, estimulando a criação de novas Federações estaduais, chegando hoje a 16. Atualmente, a representação da CMB é praticamente total em relação ao número de hospitais filantrópicos existentes no País. Nesse período, promovemos inúmeros simpósios, seminários e congressos, estimulando, sempre, a melhoria da qualidade da gestão dessas instituições. Temos uma grande preocupação com a segurança do paciente, mesmo em um ambiente de dificuldades crescentes, porque estamos há praticamente 19 anos sem reajuste da Tabela do SUS. Todos sabemos que as limitações financeiras são determinantes para que não se coloque em prática certas ferramentas de gestão que podem realmente melhorar a qualidade. Mesmo assim, temos que reconhecer que grandes avanços foram feitos e a CMB se profissionalizou bastante e, assim como suas Federações, está preparada para enfrentar todas as dificuldades próprias do setor.
A representatividade da CMB está consolidada?
José Luiz Spigolon – Sem dúvida. A CMB conseguiu, por meio das ações que promoveu durante todo esse período, principalmente a representação junto aos órgãos de governo, ao parlamento, e à sociedade em geral. Hoje, a CMB é reconhecida, inclusive pelos órgãos de imprensa, como porta-voz do setor.
Faz diferença estar na capital federal?
José Luiz Spigolon – Sim. Esse foi o grande salto de qualidade que a CMB deu. Enquanto a Saúde pública era comandada pelo INAMPS, que tinha sede no Rio de Janeiro, a sede da CMB era em São Paulo, porque não havia dificuldade na ponte aérea. A partir da Constituição de 1988, quando as ações e todas as atividades de saúde pública realizadas pelo INAMPS passaram para o Ministério da Saúde, o presidente da CMB à época, Arymar Ferreira de Barros (1986-1990), em uma jogada muito inteligente, entendeu que era o momento da CMB sair de SP e se localizar mais próximo do poder. Isso foi feito e hoje a Confederação está consolidada, com sede própria, e com uma atividade intensa junto aos órgãos de governo, na capital federal.Um ponto fundamental é que, nesses 26 anos da minha atuação em Brasília, eu passei intensamente pelos 22 ou 23 ministros da Saúde que ocuparam a pasta: Adib Jatene, José Serra, José Temporão, entre outros. Tivemos uma atuação intensa junto aos ministros e todos eles, sem exceção, receberam a CMB, mostrando a importância da Confederação para o sistema público de saúde e o reconhecimento da representação que ela exerce.
Fonte: CMB